A Solidão Materna
A maternidade é considerada pela sociedade como um período de grande realização e alegria, onde a mãe se sente completa com a chegada do bebê. No entanto, existem muitas situações que uma recém-mãe enfrenta e que não é falado, como a solidão materna. Mesmo cercada de muitas pessoas, a mãe pode se sentir emocionalmente isolada ou abandonada.
Logo no puerpério, ela se dá conta de que esse bebê exige muito mais do que ela pensava e esse momento pode ser de grande impacto, levando em conta que agora ela não viverá mais a vida de antes, terá seus encontros com amigos reduzidos, tudo precisará ser repensado e muito bem organizado. Essa solidão, em grande parte, surge pela transformação da identidade dessa mulher, pois agora ela se sente pressionada em busca da “boa mãe”, muitas vezes se anulando ao longo desse caminho.
Toda essa mudança repentina na vida da mulher pode trazer um sentimento de desconexão consigo mesma, além de sentir como se ela estivesse sendo deixada para trás pelas pessoas que a cercam. A vontade de acompanhar e viver o antigo ritmo de vida versus a vida nova com o bebê pode fazer ela se sentir perdida.
Além disso, há também um novo sentimento que surge: a autossuficiência. Aparentemente, aos olhos da sociedade, a mãe precisa dar conta, pois “quem pariu Matheus que balance”. Pensamentos como esse fazem essa mulher criar um ideal inatingível e se sentir culpada por não conseguir alcança-lo. Com medo de ser julgada, ela evita compartilhar sobre seus sentimentos, medos, angústias, intensificando essa solidão.
Então, como superar a solidão materna? Primeiro reconhecendo e entendendo que ser mãe não é sinônimo de estar sempre feliz. Criar uma rede de apoio onde possa ser autêntica e se sinta compreendida. Encontrar espaços onde as mães possam se conectar e compartilhar suas histórias e vivências, fortalecendo e apoiando umas às outras, será fundamental para vencer a solidão.
Juliana Godinho, psicóloga formada há 5 anos, casada com o Rafael há 8 anos, mãe da Rebeca (2 anos) e Analice (2 meses). Após me tornar mãe, encontrei nesse universo o meu propósito de vida: ajudar outras mães a se reencontrarem, servindo com meu conhecimento e experiência.